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Porquê tentar se podes não o fazer
Poema. Abraça o procrastinator em ti
Para quê perder tempo
em coisas uteis
Quando o podes gastar
largamente a delirar
Já não as aguento
mundanas e fúteis
vagas sem expressão
passam e vão
sem rumo num mundo
que as quer no fundo
Para quê continuar
Algo poderá só magoar
Não interessa nada mais
quando depois sonhais
com essa real realidade
relativa na sinceridade
mas que não abandona
quer passes da zona
delimitada pelo saber
ou abraces o falecer
que aparece como fim
ao qual basta dizer sim
sim, à solução clara
como a água do mar
10 de junho de 2020
LM
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